Tem dias que tudo fica confuso. É como correr uma maratona, mas sem avistar a linha de chegada. E corremos para o lado errado. E, então, ficamos correndo e vagando por aí, chegando a lugar algum.
Acho que a maioria das mulheres passa por isso. Com casa, marido, filhos, trabalho, a rotina parece dar voltas e mais voltas, num ciclo sem fim. Já me senti assim muitas vezes, cambaleando de cansaço e sem direção.
E eis que estava me sentindo assim há alguns dias atrás, e comecei a conversar com Deus e pedir que me mostrasse o que havia errado, o que eu estava fazendo de errado.
Eu não quero, e não me permito viver em estresse e agonia. Simplesmente não quero, e rejeito esse sistema em que estamos inseridos, sistema que te obriga a buscar o ter mais bens materiais, e menos qualidade de vida. Então Deus, em sua bondade e amor, me apontou algumas coisas. Ele me mostrou coisas que eu trazia sobre mim mesma, e eram desnecessárias. Mostrou, também, como eu estava esperando atitudes de outros, como se as escolhas alheias fossem implicações minhas. E não são. Apenas tenho que lidar com elas de maneira amorosa, sem esperar nada.
E quando eu me dei conta de que estava carregando peso extra, pedi que Ele o tirasse de mim, e pude perceber que Jesus era suficiente em minha vida. Isto ficou tão claro em minha mente: "EU sou suficiente em sua vida, Lígia". E essa frase ficou no meu coração por dias, e tudo foi sendo levado para outro ritmo. Sem aqueles pesos extras, meu coração foi se acalmando, e fui aprendendo a ter outra mente.
Gosto muito das histórias bíblicas com mulheres. Ester, Ana, Raabe, Maria (mãe de Jesus) e, principalmente, Marta e Maria, as irmãs de Lázaro, um lar que Jesus gostava de visitar em Betânia, ao leste de Jerusalém. Estas duas resumem muitas de nós em apenas alguns versículos (Lucas 10).
Me reconheço em Marta e aprendo com Maria!
Recebendo a visita de Jesus, Marta trabalhava, correndo de um lado para o outro, tentando deixar tudo pronto, talvez para a hora de jantar. Enquanto isso, Maria permanecia assentada aos pés de Jesus, ouvindo (que privilégio!) Sua palavra. E quando Marta, vai até Ele, reclamar da irmã "folgada", recebe uma resposta mais ou menos como a que eu obtive:
Recebendo a visita de Jesus, Marta trabalhava, correndo de um lado para o outro, tentando deixar tudo pronto, talvez para a hora de jantar. Enquanto isso, Maria permanecia assentada aos pés de Jesus, ouvindo (que privilégio!) Sua palavra. E quando Marta, vai até Ele, reclamar da irmã "folgada", recebe uma resposta mais ou menos como a que eu obtive:
"Respondeu o Senhor: Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a parte boa, e esta não lhe será tirada". (Lucas 10: 41 e 42).
Passei a substituir o nome de Marta pelo meu: "Lígia! Lígia!..."
Com o coração cheio de coisas sem valor, não podemos perceber o que é realmente valioso. Por um tempo estive cega e surda, sem poder enxergar o que realmente é valoroso, e qual é a parte boa de fato. Então descobri que preciso ter menos. Menos dramas, menos melindres, menos sufocos, menos ansiedade, menos medo, menos roupas, menos sapatos, menos, beeem menos... Preciso de uma coisa SÓ. Ufa! Essa sim, suficiente, necessária e indispensável: o amor de Jesus. Simples, eficaz, genuíno e gratuito.
Então quando escolhemos a parte boa, que é suficiente, como nada mais será, nos damos conta de que precisamos de Algo que não está à venda e que não depende de nós, muito menos de nossos méritos ou de muito trabalho. Nossa alma precisa da companhia amorosa e gratuita de Jesus, Ele é o Único que pode nos dar vida abundante. Depende somente do nosso querer.
Não precisamos de uma vida tão absurda, perplexamente programada para nos adoecer mente, alma e coração. Precisamos sim, de uma vida de riquezas reais, como a convivência com minha família tão querida (convivência que pode ser destruída caso se olhe na direção errada), uma vida simples com a presença satisfatória, plena de Jesus.
Finalmente parei! Parei de correr inutilmente. Olhei para pia da cozinha, repleta de louça suja pela manhã, lembrei de tudo o que eu tinha que fazer naquele dia, olhei meus filhos e disse: "vamos brincar lá fora"! E acreditem, fiz tudo que devia fazer depois, mas não me senti sufocada, nem agoniada, minha disposição era outra. Eu não precisava correr atrás de nada. O banquete estava ali comigo, eu não precisava mais buscar migalhas...
